outubro de 2015

CIÊNCIA NEGRA PARA A DESCOLONIZAÇÃO DO SABER

Carlos Machado

 

 

 

ilustração Márcio Marianno

 

 

 

 

 

 

Negro é arte, é cultura
Negra é fé… Axé!
Negro tem talento
Tem bravura

 

O refrão contagiante da música Batuque, A Força de Uma Raça, samba-enredo da Escola de Samba Leandro de Itaquera no carnaval paulistano de 1992, sempre vinha em minha mente quando eu pensava sobre a influência negra na sociedade brasileira, e esta composição me fazia pensar: nós, negros e negras, influenciamos o Brasil apenas na música e no esporte? Qual é o papel da ciência dentro de uma cultura?

 

A importância de refletir sobre as perguntas acima é que sem saber das respostas que elas suscitam, podemos compreender muito pouco do mundo em que vivemos. A quase totalidade dos nossos pensamentos, de nossas convicções e também dos nossos valores, se inscreve nas grandes visões do mundo já elaboradas e estruturadas ao longo da história pelos pensadores europeus e descendentes. É indispensável compreendê-las para aprender sua lógica, alcance e implicações para o nosso modo de refletir a realidade.

 

Os homens brancos europeus ocidentais oriundos de um continente de pequena extensão conseguiram dominar boa parte do mundo, a partir do século 15, escravizando, pilhando, dividindo e ocupando, não sem resistência, territórios e criando uma geografia planetária onde se colocam no centro e no topo. Esta ideia é retificada nos mapas que usamos para aprender e ensinar geografia mundial. Não é por acaso que associar brancos à gente bem sucedida é tido como algo natural. Porém no geral desconhecemos a origem deste processo.

 

No auge do período chamado racismo científico, entre o século 18 e início do século 20 (vale lembrar, porém, que ainda hoje há cientistas que acreditam em raças e que hierarquizam a humanidade neste quesito, como o psicólogo britânico Richard Lynn que criou o mapa mundi da inteligência humana, situando a África no pior patamar) intelectuais brancos ocidentais famosos quiseram provar que os africanos estavam num estágio muito abaixo das outras “raças” defendendo que esses homens e mulheres eram animais próximos aos macacos, ignorantes, selvagens, bárbaros, feiticeiros charlatões e que a escravidão e a colonização era a forma de libertá-los da escuridão, como dizia o famoso padre Antônio Vieira no século 17.

 

A palavra negro foi inventada pelos portugueses assim como branco, amarelo e índio por povos europeus e assim criou-se uma hierarquia racial onde o homem branco estava no topo, o amarelo em segundo lugar, o índio em terceiro e o negro no último patamar de humanidade dentro desta visão política que tantos danos fez à humanidade.

 

É importante dizer que esta classificação nem sempre existiu. Os europeus já se classificaram como azuis e vermelhos referindo-se a uma hierarquia social entre os nobres – que se beneficiavam dos privilégios do sistema e não tomavam sol por viverem encastelados e aparentarem suas veias azuis na face como fator de diferenciação – e os plebeus, que mesmo com os raios solares de menor intensidade da Europa, tinham a pele mais pigmentada.

 

No concerto das nações o continente africano está em último lugar em muitos índices econômicos e sociais e isto também é um fator para que muitos descendentes de africanos não se identifiquem com esta região do planeta e prefiram valorizar o “mundo desenvolvido” do norte.

 

No concerto das “raças” (aqui uso o termo raça, por este conceito ainda permear o imaginário coletivo, mas a genética moderna comprova que somos 99,9% semelhantes e os 0,1% do nosso patrimônio genético é destinado para os traços fenotípicos externos, como cor da pele, cabelo, nariz e cor dos olhos) o homem branco criou todo um imaginário que o privilegiava: beleza, inteligência, limpeza, pacificação, liderança, organização, civilização e nomearam o outro: o negro e o índio especialmente como feio, burro, ignorante, preguiçoso, criminoso, sujo, desorganizado e incivilizado, naturalizando assim o lugar dessas populações que foram escravizadas pelos brancos em nosso país.

 

A ciência é representada pelos brancos e amarelos, sendo este segundo grupo automaticamente associado à inteligência em nosso imaginário.

 

E os negros não são inteligentes? A escravização promovida pelos brancos cristãos foi fundamental neste processo de não acreditarmos no nosso potencial negro humano de produzir o novo. Mas mesmo diante da hegemonia branca, a nossa gente não deixou de inventar e inovar. A questão é que esta genialidade foi omitida e consequentemente não divulgada como deveria ser em uma sociedade que diz não ver a cor da pessoa e sim o mérito.

 

Vejamos o samba Ao Povo em Forma de Arte, composto por Nei Lopes e Wilson Moreira e interpretado por Martinho da Vila para a escola de samba Quilombo, em 1978:

 

Em toda a cultura nacional
Na arte e até mesmo na ciência
O modo africano de viver
Exerceu grande influência

 

Em minha pesquisa Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente (2014), Nei Lopes é o primeiro pesquisador negro a publicar conteúdos sobre cientistas e inventores negros no Brasil, através do livro Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana (2004). Na sua canção ele diz maravilhado “até mesmo na ciência” como algo espantoso dos feitos dos ancestrais africanos. Mas esta surpresa vem de onde? De um sistema educacional eurocêntrico (da educação infantil até à universidade) que não valoriza a capacidade cognitiva da criança, jovem e adulto negro e torce pelo seu fracasso escolar. No imaginário coletivo a imagem de gente bem sucedida na ciência está reservada ao amarelo (japonês, coreano e chinês) e em segundo lugar para o branco, não tendo espaço para o negro. Esta visão está ancorada na visão dos racistas científicos europeus famosos desde o século 18, como Carl Linnaeus, Voltaire, Hegel, Schopenhauer, Auguste Comte, David Hume, Charles Darwin entre outros. O filósofo prussiano Immanuel Kant (1724-1804), por exemplo, presença obrigatória nos currículos dos cursos de filosofia e livros no Brasil e no mundo a fora, na sua obra Observações Sobre o Sentimento do Belo e do Sublime, de 1764, diz que:

 

Os negros da África não possuem, por natureza, nenhum sentimento que se eleve acima do ridículo. O senhor Hume desafia qualquer um a citar um único exemplo em que um Negro tenha mostrado talentos, e afirma: dentre os milhões de pretos que foram deportados de seus países, não obstante muitos deles terem sido postos em liberdade, não se encontrou um único sequer que apresentasse algo grandioso na arte ou na ciência, ou em qualquer outra aptidão; já entre os brancos, constantemente arrojam-se aqueles que, saídos da plebe mais baixa, adquirem no mundo certo prestígio, por força de dons excelentes.

 

Como contraponto a esta visão kantiana, que reflete o pensamento do seu tempo, temos o relato do filósofo iluminista francês Conde Constantine de Volney (1757-1820), que no livro The Ruins or, Meditation on the Revolutions of Empires: And The Law of Nature (As Ruínas ou, Meditação sobre as Revoluções dos Impérios: E a Lei da Natureza – sem edição em português), após uma visita ao Egito, em 1787, escreveu:

 

Basta pensar que essa raça de homens negros, hoje nossos escravos e objeto de nosso desprezo, é a mesma raça à qual devemos nossas artes, ciências e até mesmo o uso do discurso! Imaginem que estamos no meio de pessoas que se dizem os maiores amigos da liberdade e da humanidade e que aprovaram a escravidão mais bárbara e questionando se os homens negros têm o mesmo tipo de inteligência que os brancos.

 

Como uma das respostas à Kant, Hegel, Victor Hugo e a todos os intelectuais e políticos como Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês (de 2007 a 2012), que desprezaram e desqualificam nossa gente de origem africana, somei a quantidade de reinos, impérios e cidades-estados do continente africano. Conhecimento ocultado por gerações, meus estudos totalizaram 121 organizações político-administrativas. Cito aqui uma amostra:

 

 

África setentrional

Império Egípcio (3100 a.C. – 371 d.C.)
Império Kushita (760 a.C. – 656 a.C.)

 

 

África Oriental

D’mt (980 a.C. – 400 a.C.)
Império Axumita (50-937)
Império Etíope (1137-1974)

 

Civilizações da África Ocidental

Cultura Nok (100 a.C.-500 d.C.)
Djenné-Djenno (250 a.C.-900 d.C.)
Ibo-Ukwu (séculos 9 e 10 d.C.)

 

Reinos medievais na África Ocidental

Reino de Gana (750-1078)
Reino de Tekrur (c. 800 – c. 1285)
Império Kaabu (1537-1867)
Império Songhai (c. 1464 -1591)
Império Mali (c. 1235 – c. 1600)
Reino Mossi (século 11-1896)
Estado de Kanem-Bornu (c. 600 – 1900)
Cidades-estados Haussá (século 9 – 1808)
Império Fulani (1490-1776)
Império Wolof (1350-1889)

 

Reinos e impérios da África Ocidental

Reino de Nri (1043-1911)
Império de Oyó (1400-1896)
Império do Benin (1440-1897)
Reino de Daomé (1600-1900)

 

Grandes Lagos, África Oriental

Reino de Buganda (1300-presente)
Reino de Burundi (1500-1966) atual República do Burundi
Reino de Ruanda (1300-1959) atual República de Ruanda.

 

Bacia do Rio Congo, África Central

Reino do Congo (1400-1888)
Império Luba (1585-1885)
Império Lunda (1660-1887)
União Kuba (c.1600-presente).

 

África Meridional

Império Mutapa ou Império do Grande Zimbábue (1450-1629)
União Zulu (1816-1897)

 

África Oriental

Reinos Suaílis ou Cidades-estados de Kilwa Kisiwani, Songo Mnara, Malindi, Gedi, Pate, Comores e Zanzibar, etc. (séculos 9 até 16).

 

 

Nossa formação (ou deformação?) passa pela matriz grega e latina dos romanos e é a base de todo o conhecimento ocidental. Como vimos acima é fundamental dizer que o Egito já era velho quando surgiu a Grécia (cerca de 1.200 a.C. – cerca 800 d.C). A influência egípcia africana é elemento fundante para a civilização europeia, o que às vezes é negado e outras confirmado, mas o Egito é visto como uma continuidade das civilizações do Crescente Fértil (Oriente Médio e norte da África), ou que o Egito está numa região denominada “África branca” pelos geógrafos ocidentais. A prova desta visão é que a mais famosa rainha egípcia Cleópatra Thea Filopator (69 a.C. – 30 a.C.) ser retratada no cinema europeu e estadunidense como uma mulher branca. O filme mais famoso e que está no imaginário coletivo sobre esta rainha é sem duvida a produção de 1963 realizado por Joseph L. Mankiewicz, chamado Cleópatra, que foi protagonizado pela atriz branca Elizabeth Taylor, com Rex Harrison no papel de Júlio César e Richard Burton no de Marco Antônio.

 

 

No século 21, o Brasil não atualizou os novos conhecimentos sobre o Antigo Egito e a TV Record insiste na representação desta região com as produções José do Egito e os Dez Mandamentos escrita pela autora de telenovelas Vivian de Oliveira, onde mostra um país africano povoado de mulheres e homens brancos. As novas gerações estão sendo educadas nestes valores eurocêntricos sem um contraponto. Nos EUA não é diferente, o famoso diretor inglês Ridley Scott produziu em 2014 o filme Exodus: Deuses e Heróis contando a história de Moisés e dos faraós africanos. Todos os personagens centrais do filme são interpretados por atores brancos – incluindo Moisés (Christian Bale), Ramsés (Joel Edgerton) e a rainha africana Tuya (Sigourney Weaver). Ao mesmo tempo, atores negros fazem papéis de escravizados, servos, ladrões e vilões, o mundo dos negócios falou mais alto novamente.

 

Com certeza estes produtores brancos desconsideram o trabalho do cientista senegalês Cheick Anta Diop (1923-1986). Em 1951 a Universidade de Paris recusou a sua tese de doutoramento sobre a ideia de que o antigo Egito tinha sido uma cultura negra. Ele comprovou a negritude dos monarcas egípcios em seu livro Nações Negras e Cultura (1954), que até hoje não foi traduzido para o português. Ele propôs que a civilização africana deve ser reconstruída com base no antigo Egito, da mesma forma que a cultura europeia foi construída sobre os legados da Grécia e Roma antiga. Sua teoria defendeu que o Egito era parte do ambiente africano em oposição a incorporá-lo em locais do Mediterrâneo ou do Oriente Médio como os pesquisadores europeus e norte-americanos queriam defender. Diop, na Universidade de Dakar, no Senegal, criou um laboratório de radiocarbono para ajudar na sua investigação e lá criou uma técnica e metodologia para um teste de dosagem de melanina. Ele usou esta técnica para determinar o teor de melanina das múmias egípcias. Investigadores forenses mais tarde adotaram esta técnica para determinar a “identidade étnica” de vítimas gravemente queimadas. Diop comprovou com seu trabalho científico o viés cultural político-ideológico na pesquisa científica.

 

É importante afirmar como resposta aos racistas que a nossa espécie o Homo sapiens evoluiu há 200 mil anos no continente africano. É deste continente a origem da maioria da população brasileira. Foi lá que os nossos ancestrais ficaram de pé, criaram instrumentos de pedra para se tornarem independentes na caça e inventaram o fogo. Os restos mortais mais antigos da nossa espécie foram localizados na Etiópia, na África Oriental. E foi no continente africano que as revoluções tecnológicas e científicas tiveram origem, base para o desenvolvimento da humanidade. E com a escravidão branca cristã milhões de mulheres e homens vieram para a América e não deixaram de produzir ciência e tecnologia. Abaixo apresento-lhes uma pequena relação das milhares de invenções negras.

 

 

CIÊNCIA, TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES AFRICANAS COLETIVAS

 

-Pigmentos e equipamentos para moer tinta que se acredita ter entre 350 mil e 400 mil anos de idade numa caverna perto de Lusaka, Zâmbia;

 

-Cama datada de 77 mil a.C. foi descoberta na caverna Sibudu na África do Sul.

 

-O artefato matemático mais antigo do mundo foi encontrado na caverna de Blombos, África do Sul, e tem aproximadamente 75 mil anos.

 

-Algodão cultivado no Sudão há 5 mil anos a.C.

 

-A filosofia (rekhet) no Egito há 2650 a.C.

 

-Encosto de cabeça de 2 mil a.C. inventado no antigo Egito.

 

-Pilão descrito no papiro de Ebers de 1550 a.C. (o mais antigo documento de medicina) no Egito.

 

-Cidade de Louango capital do Reino de Loango (1400-1885) na África Central.

 

-Inhame cultivado há 8 mil anos a.C. na África Ocidental.

 

-Melancia domesticada entre 7 e 5 mil anos a.C. na África Ocidental.

 

-Café foi cultivado no século 9 d.C. na Etiópia.

 

-Egito: linguagem, escrita, pecuária criação de burro e cavalo, bois e vacas, em agricultura o hábito de fazer pão usando fermento, bebidas fermentadas, plantação de uva, fabricação de vinho, queijo, cerveja e churrasco; na astronomia o calendário utilizado até os dias atuais, matemática de base 10; geometria, na engenharia a rampa, origem da química derivada da palavra kemet; medicina mumificação e origem da moderna neurociência e empirismo.

 

 

NOTÁVEIS CIENTISTAS AFRICANOS E AFRODESCENDENTES

 

-Hesy Re (~ 3000 a.C.) egípcio, o primeiro dentista da história e o primeiro a estudar a diabetes;

 

-Merit Ptah (2700 a.C.) cientista egípcia, considerada a primeira médica registrada do mundo;

 

-Imhotep (2650-2600 a.C.) polímata egípcio, especialista em diversas áreas, construtor da primeira pirâmide, engenheiro, primeiro filósofo da história, médico, estadista sacerdote, foi elevado a deus da inteligência, o primeiro humano no panteão dos deuses egípcios e foi adorado por milênios;

 

-André Rebouças (1838-1898) engenheiro brasileiro, professor da área e responsável pela construção de estradas de ferro, portos, docas, obras de saneamento. Como engenheiro militar inventou o torpedo, foi abolicionista e é considerado o pai da engenharia brasileira;

 

André Rebouças

 

-Granville Tailer Woods (1856-1910) engenheiro elétrico e mecânico autodidata afroamericano com mais de 50 patentes. É responsável pela invenção do transmissor de telefone, sistema ferroviários, sistema de metrô, montanha-russa dentre outras invenções. Em sua época era chamado de “O Thomas Edison negro”.

 

Granville Tailer Woods (ilustração sobre fotografia de Eddowes Brothers)

 

 

 

-George Washington Carver (1865-1943) botânico estadunidense desenvolveu centenas de produtos baseado na noz pecã, batata doce, soja e amendoim;

 

-Jane Cooke Wright (1919-2013) foi uma oncologista estadunidense pioneira que ajudou a elevar a quimioterapia como opção de tratamento para pacientes com câncer;

 

-Bertin Nahoun (1969-) engenheiro beninense e empresário da Medtech especialista em robótica cirúrgica criou o robô Rosa especializado em cirurgias cerebrais;

 

-Sonia Guimarães é a primeira mulher negra PhD em física do Brasil e é especialista em mísseis no ITA em São José dos Campos;

 

   Sonia Guimarães (Foto: Simone Gonçalves/ G1)

 

 

-Joana D´Arc Félix de Souza pós-doutora em química orgânica de Harvard, trabalha na ETEC de Franca e desenvolveu pele humana artificial a partir da pele de porco a preço acessível e é especialista em resíduos sólidos.

 

 

É fundamental dizer que antes da evolução dos amarelos e brancos os negros já existiam há pelo menos 190 mil anos e esta população não ficou esperando os europeus para criarem a ciência e o método científico. Desde muito tempo mulheres e homens foram obrigados a inventar, desenvolvendo deste modo a inteligência. Tudo isto nos parece evidente e a listagem de invenções atribuídas a negros seria supérflua se, ainda hoje, as suas capacidades intelectuais não continuassem a ser postas em dúvida. Precisamos superar a narrativa europeia da ciência, história e razão como uma visão universal e sim situá-la como mais uma das diversas influências que produziu a ciência mundial. Esta ordem mundial centrada no branco desclassifica a produção intelectual africana e os povos negros devem levar em consideração sua história, cultura e ancestralidade em suas formulações intelectuais. A escravidão e o racismo impediram nosso desenvolvimento, mas não o cessou completamente. Precisamos descolonizar as mentes negras e assim retirar a África e a diáspora da periferia mundial que o ocidente a colocou.

 

Finalizo com a frase do príncipe Lukanga, descendente dos reis de Buganda, do reino da atual Uganda: “a cultura é o pai da história, o médico tradicional é o pai da ciência e ciência é o pai da tecnologia. Sem ciência, nenhuma tecnologia. Sem história, nenhuma ciência, sem cultura, sem história” e ignorar que a população negra não tivesse estes atributos é um crime contra a humanidade, e enquanto não chega este reconhecimento, vamos reconstruir nosso orgulho de ser o que somos.

 

 

 

 

 

 

Carlos Machado

CARLOS MACHADO é mestre em História Social pelo departamento de História (USP), bacharel e licenciado pela mesma instituição. Atua como pesquisador, articulista, palestrante e educador.

A Revista O Menelick 2º Ato é um projeto editorial de reflexão e valorização da produção cultural e artística da diáspora negra com destaque para o Brasil.